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O assassino de Realengo |
A pergunta é inevitável: até onde nós somos culpados por esta carnificina ?
O cara era um psicopata, mas a família que o adotou nunca se esforçou muito na busca por ajuda além de umas visitas a psicólogos. A personalidade introspectiva, comportamento anti-social e outros sintomas de perturbação mentl foram ignorados não só pela família, mas por colegas de colégio, professores, vizinho...até que o "doidinho caladão", que parecia inofensivo, mostrou a que veio a este mundo.
Não foi um dia de fúria. Foi uma fúria alimentada por anos de rejeição. As meninas que ele matou são símbolo da rejeição que ele experimentou durante toda a vida.
Claro, isso não justifica, mas explica. E some-se a isto uma forte queda pelo radicalismo islâmico.
Como um demônio que vive nas sombras esperando uma chance de aprontar contra mortais, o enlouquecido pôs em prática anos de minunciosa preparação para o dia de sua vigança.
Nós, de alguma forma, criamos monstros quando os rejeitamos, os condenamos à solidão, os transformamos em alvo de piadas.
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Escola Tasso da Silveira - palco da tragédia. |
É hora de repensarmos nossas atitudes perante o próximo, repensarmos até onde a liberdade religiosa pode influenciar os "fracos de juízo", para que novos tiros não sejam ouvidos sendo disparados sobre nossas crianças e para que o pecado de um não recaia sobre nossas consciências.